Valor simbólico do casamento no canto IX
Assim, no decorrer da ação, enquanto os portugueses se envolvem com estas figuras sedutoras, surge, na estrofe 84-85, uma referência ao casamento, em que os heróis lusitanos, ao sentirem tanto amor, "se prometem eterna companhia, // Em vida e morte, de honra e alegria". Isto é, à medida em que se vão envolvendo mais com as ninfas, a relação e o afecto que estes sentem por elas deixa de ser apenas por prazer sexual ou atração física, e passa a ser sentido como amor verdadeiro e eterno, que exigia um casamento como forma de demonstração desse estado de espírito. Assim, o amor puro e o prazer seriam a melhor recompensa para os heróis lusitanos.
Carácter alegórico da Ilha dos Amores
Como dito anteriormente, a Ilha dos Amores encontra-se nos cantos IX e X e representam uma glorificação dos navegadores lusitanos por parte de Vénus, que para lá os encaminha. Camões defendia a sua opinião de que as pessoas eram imortais se fossem para sempre lembradas por algo que tivessem feito, para libertarem-se da lei da morte. No caso do povo português, ao conquistar o caminho marítimo para a Índia, mereceram ser nomeados como imortais, e nesta denominação, um dos elementos que está na sua base é o Amor - pela pátria, pelo dever de lutar pela nação, pelo relacionamento com outra pessoa, entre outras faces deste. Assim, uma das maneiras para os portugueses alcançarem este sentimento foi a sua chegada à Ilha dos Amores, onde puderam transformar o seu desejo sexual pelas ninfas em amor verdadeiro e eterno.
Assim, a o carácter alegórico desta ilha está na realização dos feitos dos portugueses e a conquista do Amor, tornando-os, então, imortais, ou seja, orgulhosamente lembrados por outros povos pelo esforço e vitória que realizaram.
Marina Reis nº18 12G
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